Suspeito e garoto morto no Case já haviam dividido alojamento no Centro de Internação Provisória
Os dois foram transferidos para Centro de Internação na última segunda-feira (3) e não haveria histórico de desentendimento. Suposto autor diz que agiu a mando de outro interno
Catherine Moraes
O adolescente de 17 anos que teria assassinado C.E.O.S., de 15, no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Vera Cruz, em Goiânia, já tinha dividido alojamento no Centro de Internação Provisória (CIP). Os dois foram transferidos para o Case na última segunda-feira (3). O suspeito confirmou o ato infracional análogo ao homicídio e disse que a morte foi encomendada por outro interno do Case. O caso está sendo
apurado pela Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), onde o jovem permanece apreendido.
O crime aconteceu por volta das 19 horas desta quinta-feira (6) e o adolescente chegou a ser socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu), mas não resistiu. De acordo com os socorristas, a vítima apresentava sinais de espancamento, enforcamento e um corte de faca na virilha. O corpo do jovem foi encontrado pendurado por uma corda artesanal feita com pedaços de um lençol, no banheiro do alojamento.
Apenas os dois jovens dividiam o espaço, e, segundo o titular da Depai, o delegado Luiz Gonzaga Júnior, os agentes perceberam a anormalidade quando passaram pela segunda vez em frente ao alojamento e não viram C.E.O.S. “O companheiro de alojamento falava que ele estava no banheiro e aí perceberam que havia algo errado.
Encontraram o jovem pendurado com a corda no pescoço e o objetivo era simular um suicídio. Depois disso, entretanto, o companheiro foi interrogado e confirmou o assassinato”, completa o delegado. Luiz Gonzaga diz que, em depoimento, o suspeito afirmou que agiu a mando de outro interno e que se não matasse o colega, seria assassinado.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, não havia sinais de violência aparente e nem registro de histórico de conflito entre eles. Em nota, informou que logo que tomou conhecimento do caso, o secretário Marcos Cabral determinou ao diretor-geral do Grupo Executivo de Apoio à Criança e Adolescente (Gecria), Daniel Netto e os gerentes Sandro Lacerda e Wilson Oliveira que fossem ao local para acompanhar o caso de perto.
“A família do menor vitimado foi notificada às 22h do mesmo dia. Logo pela manhã desta sexta-feira (7), o gerente do sistema socioeducativo, Sandro Lacerda e uma equipe multidisciplinar de assistente social e psicóloga estiveram no Instituto Médico-Legal, prestando a assistência necessária aos familiares”, finaliza a nota.
Fonte: Cidades/Jornal O Popular