Presença de grupos já era de conhecimento interno
Thalys Alcântara
A presença de facções criminosas dentro do sistema socioeducativo já foi relatada pelo POPULAR em outras ocasiões. No entanto, é a primeira vez que indícios materiais disso são divulgados.
Em reportagem do dia 10 de janeiro de 2018, quando 11 fugiram do Case, um servidor afirmou que haveria comunicação entre presos do sistema prisional e adolescentes do socioeducativo. Em 2017, três ordens de execução teriam sido interceptadas e impedidas.
Na semana passada, o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Socioeducativo, Roberto Conde, afirmou que “a maioria esmagadora” dos internos do Case integram facções e os servidores correm risco com isso.
Durante a Operação Descarrilamento da Polícia Civil, que investigou homicídios praticados pelo Comando Vermelho em 2017, foi um adolescente que depôs para os investigadores afirmando que haveria uma guerra de facções em Goiânia. A mesma operação apreendeu adolescentes acusados de parte desses assassinatos de rivais.
Também foi um adolescente, de 16 anos, que foi preso, na semana passada, acusado de participar de uma chacina no Residencial Três Marias, que deixou um saldo de quatro mortos. O crime seria vinculado ao PCC, segundo as investigações.
Em entrevista ao vivo transmitida pelo Facebook em 12 de janeiro de 2018, o defensor público Daniel Kenji, que atua na área da Infância e Juventude, reconheceu a existência de internos faccionados.
“Essas facções criminosas vão aos poucos se inserindo no sistema socioeducativo, prejudicando o cumprimento da medida socioeducativa de todos os adolescentes”, afirmou o defensor na época.
Fonte: Cidades/Jornal O Popular