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Em 4 anos, mais de 62 mil jovens grávidas Goiás

Apesar de informações e campanhas, casos de gravidez entre meninas de 10 a 19 anos continuam sendo registrados. Em Aparecida de Goiânia, garota de 12 anos teve gêmeos

Adolescente de 15 anos está grávida de seis meses, mesmo com orientação da mãe e outro caso na família (Foto: Sebastião Nogueira)

Mesmo com informações e campanhas de conscientização para o uso da camisinha, casos de gravidez precoce e diagnósticos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) continuam sendo realidade na faixa etária entre 10 e 19 anos. Em quatro anos, de 2015 a 2018, foram contabilizadas, só em Goiás, 62.297 garotas que se tornaram mães na adolescência. Quem acompanha a rotina de perto e trabalha no cuidado e assistência desse público específico, sente que, em muito, as situações estão associadas ao não uso do preservativo e à falta de instrução e diálogo em casa.
Para as meninas, inclusive, existe um material especial desenvolvido pelo Ministério da Saúde e distribuído gratuitamente em postos de saúde, que traz orientações sobre questões da saúde feminina, dentre as quais, claro, as relacionadas à educação e prevenção sexual. Esse material foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro (PSL), durante live feita por ele no Facebook na quinta-feira (7), na qual ele se mostrou contrário à parte que orienta sobre o uso da camisinha em garotos e garotas por achar que as informações são inapropriadas para crianças.
Bolsonaro disse que irá retirar a parte relacionada ao uso do preservativo, especialmente as guras, e que será feita uma edição menor do material, que ele chamou por duas vezes de “caderneta de vacinação”. Na verdade, trata-se da Caderneta de Saúde da Adolescente, que oferece informações sobre um dos períodos mais conturbados do desenvolvimento pessoal. “Esta caderneta de saúde foi feita para apoiar você nesse processo de autodescoberta e autocuidado”, diz o texto do material que em mais de 40 páginas discorre sobre assuntos, como menstruação, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), alimentação, saúde bucal, puberdade, vacinação e sexo seguro.
Eu assisti outro dia o vídeo de uma senhora que estava falando da caderneta de vacinação da sua lha (…) Ela estava indignada, porque a caderneta aqui, logo na frente, diz que é para criança de nove a 16 anos, a partir de nove anos de idade. E, no nal, ela não tinha a cartilha nas mãos, mas mostrava certas guras que não caía bem, com toda certeza, para meninos e meninas de nove anos de idade ter acesso”, expressou o presidente na live feita na quinta-feira.
A caderneta, na verdade, é direcionada ao público de 10 a 19 anos, que é justamente a faixa etária utilizada pelos órgãos de saúde para delimitar a parcela infanto-juvenil da sociedade. Ela vale como referência, inclusive, para a divisão estatística.
“Quem tiver a cartilha em casa, se achar que for o caso, retire essas páginas”, disse Bolsonaro aos pais que estavam assistindo. A falta de diálogo em casa e a diculdade para se dialogar sobre assuntos sexuais são questões que travam a prevenção sexual, segundo especialistas, pois reforçam o tabu em torno de uma situação capaz de gerar consequências para a vida e para a saúde pessoal. A coordenadora de Ciclos da Vida da Secretaria Municipal de Aparecida de Goiânia, Amanda Faria, por exemplo, diz perceber no dia a dia de atendimento uma posição resistente de muitos pais.

Resistência

“A maioria dos pais expressa resistência. Tanto no caso da caderneta como no caso da vacina do HPV. Já melhorou muito, mas ainda alegam questões religiosas e, principalmente, o medo de estarem incentivando a relação sexual. O que a gente faz é tentar informar que uma coisa não está diretamente ligada a outra, porque, na maioria das vezes, o lho já iniciou a vida sexual e os pais nem sabem”, diz ela. Em Aparecida de Goiânia, houve redução do número de gestantes adolescentes, nos últimos anos, mas o que preocupa ainda é a continuidade de casos entre meninas de 10 a 14 anos, que são as mais novas do grupo infanto-juvenil. Segundo ela, já houve caso de uma menina de 12 anos que teve gêmeos.
Em Goiânia, J., de 15 anos, está grávida de seis meses. Por decisão sua e do namorado, o uso do preservativo não era algo frequente. O espírito aventureiro do adolescente também é algo pontuado por Amanda. “Eles acham que nunca vai acontecer com eles”. Segundo J., não foi por falta de orientações: “Tive exemplo dentro de casa. Minha irmã mais velha engravidou aos 15 anos também e por isso a minha mãe sempre conversou comigo sobre o assunto. Já recebi cartelas de anticoncepcional da patroa do meu companheiro, só que sempre adiava o uso do medicamento. Como a decisão era nossa, nunca aconteceu de usarmos nenhum método de prevenção”, conta a garota. A gestação, porém, não estava nos planos da menina, que queria voltar a estudar, após interromper o ciclo por problemas na família. “Eu estava com muitos planos antes de engravidar e um deles era voltar ao colégio. Quando descobri, quei assustada. Chorei muito. Não sabia qual seria a reação da minha mãe, que, por incrível que pareça, foi positiva. Engravidar agora só fez adiar os planos de uma adolescente normal”, diz ela, que espera um menino. “Só acreditei após ouvir o coração dele na ultrassom. Foi um misto de medo e felicidade. Quero ser para ele o que não foram para mim”, diz. (Maria Jessyca é estagiária do GJC em convênio com a Fasam)

Fonte: Jornal O Popular

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